ENCONTRO EM DEFESA DE UM PARQUE FLORESTAL LIVRE DE TIRO A CHUMBO

COMUNICADO DE IMPRENSAENCONTRO EM DEFESA DE UM PARQUE FLORESTAL
LIVRE DE TIRO A CHUMBO
28 de Outubro de 2007
Parque Recreativo do Alto da Serafina – Parque Florestal de Monsanto
10:00 às 13:00 horas
 A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) apela à participação das pessoas interessadas na retirada do campo de tiro a chumbo do PFM – utilizadores de bicicleta, pedestres, caminhantes, os que correm no Monsanto, munícipes de Lisboa, entre outras numa sua iniciativa de encontro de pessoas que defendem o Parque Florestal de Monsanto livre de tiro a chumbo. Terminou em Fevereiro de 2007 a concessão do campo de tiro a chumbo situado no Parque Florestal de Monsanto (PFM). A Câmara Municipal de Lisboa obrigou no dia 4 de Setembro à suspensão da actividade de tiro no PFM, mas deu, no entanto, oportunidade a que fossem apresentados projectos de minimização de impacte ambiental. Entretanto o projecto apresentado para a construção de um muro foi chumbado por Despacho do presidente da Câmara, António Costa e do Vereador do Ambiente e Espaços Verdes, José Sá Fernandes, de acordo com o parecer dos técnicos da autarquia. A FPCUB dinamiza assim um encontro informal, para troca de impressões e esclarecimentos. Apelamos às pessoas que se desloquem de bicicleta ou a pé até ao local, para se juntarem ao apoio da FPCUB às medidas da Câmara Municipal de Lisboa que visam a retirada do campo de tiro a chumbo do Parque Florestal de Monsanto. Em defesa um Parque Florestal de Monsanto sem tiro a chumbo, sem ruído, sem contaminação de solos e sem riscos para a integridade física dos seus utentes! Ponto de encontro: junto ao Parque Recreativo do Alto da Serafina (a partir das 10:00h; os representantes da FPCUB estarão no local até às 13:00h)   
Notas para a imprensaPorquê o Parque Florestal de Monsanto livre de tiro a chumbo hoje? O Parque Florestal do Monsanto (PFM) foi criado em 1934 pelo Decreto-Lei n.º 24625, Anexo 1, de 1 de Novembro, ocupando uma área de cerca de 1000 hectares com os usos regulados pelo Plano Director Municipal e Plano de Ordenamento e Revitalização de Monsanto (PORM/Anexo 2).O PFM integra a estrutura ecológica da Área Metropolitana de Lisboa, definida no Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML/Anexo3).Em 14 Fevereiro de 1962 a Câmara Municipal de Lisboa (CML) cedeu ao “Clube Português de Tiro a Chumbo”, a título precário, a ocupação de 60.000m2 de terrenos do Parque do Monsanto. Posteriormente veio a ceder 78.000m2 em 18/11/69 e 134.300m2 em 16/03/72 àquele clube. Esta concessão foi feita por 15 anos, sucessivamente renovável por períodos de 10 anos.O PFM constitui um espaço verde com características ambientais únicas na cidade de Lisboa, com grande variedade biológica, acolhendo inúmeras espécies.O PFM e todas as infra-estruturas ali criadas, fruto da revitalização que tem vindo a ser efectuada nos últimos anos pela Câmara Municipal de Lisboa (vias para bicicletas, vias pedonais, parques recreativos, desportivos e de lazer, Parque Ecológico, Espaço Monsanto, entre outras), constituem cada vez mais uma zona privilegiada para o lazer, desporto e turismo e que atrai milhares de pessoas anualmente, quer munícipes de Lisboa quer visitantes de toda a Área Metropolitana (visitas escolares, famílias, caminheiros, utilizadores de bicicletas, desportistas, etc.)A prática da actividade desportiva de Tiro a Chumbo no interior do PFM é manifestamente incompatível com os princípios do desenvolvimento sustentável e do ecoturismo, em particular por a sua localização ser contígua ao Parque Ecológico e ao Espaço Monsanto. O chumbo cai junto ao Espaço Monsanto atingindo os utentes do PFM pondo em risco a sua integridade e saúde. Além disso o ruído e a contaminação do solo e dos lençóis freáticos, devido à acumulação de chumbo, constituem impactes ambientais negativos muito significativos.Note-se que a cedência dos terrenos foi feita nos anos 60, numa época em que o PFM não tinha com a cidade de Lisboa a relação e função actuais.A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) tem defendido desde sempre a suspensão definitiva do tiro a chumbo dos terrenos do PFM.