I CONGRESSO IBÉRICO: “A BICICLETA E A CIDADE”

27,28 e 29 de Setembro de 1996 – Padrão dos Descobrimentos/Lisboa

Conclusões

Terminadas que estão as intervenções, os debates e o restante trabalho do I Congresso Ibérico, organizado pela FPCUB e que teve lugar no Padrão dos Descobrimentos em Lisboa, nos dias 27, 28 e 29 de Setembro de 1996 com o alto patrocínio da Presidência da República e com os apoios das Câmaras Municipais de Lisboa, Oeiras e Sintra, do Ajuntament de Barcelona, da Carris de Ferro de Lisboa e da Transtejo e cujo tema teve como ponto fulcral a “Bicicleta e a Cidade”, podemos resumir como principais conclusões as seguintes:

– A bicicleta deve ser encarada e tomada em conta como parte integrante nas soluções a adaptar para a resolução de problemas do tráfego nos grandes centros urbanos.

– É necessário que o poder municipal/local promova políticas concretas para o relançamento deste modo de transporte, tendo em conta não só as suas características de mobilidade, economia de energia e de espaço e condições ambientais como também a sua complementaridade com os restantes modos de transporte urbano.

– Por parte do poder municipal local/regional e das entidades pública e/ou privadas ligadas aos diversos modos de transporte urbano é necessário a urgente criação/alteração/adaptação de infra-estruturas, legislação, tarifário, e outras condições técnicas ou estruturais facilitadores da utilização da bicicleta nos centros urbanos nas suas vertentes de lazer desportiva e como modo de transporte integrado no sistema.

– Algumas das cidades espanholas como é o caso de Barcelona já estão em estádios mais ou menos avançados na implementação de condições facilitadoras para a utilização da bicicleta nas suas diversas vertentes, como resultado em grande parte de fortes campanhas levadas a cabo pelas associações e outros grupos de pessoas amantes deste modo de transporte/desporto/lazer.

Além do muito já implementado muito há ainda para fazer, para reduzir cada vez mais a diferença que os separa das cidades do centro e norte da Europa, pelo que os esforços junto das entidades responsáveis vão continuar cada vez com mais intensidade.

– Dado o estado em que se encontram as grandes urbes em Portugal e o facto de que muito está por fazer, os esforços, campanhas e exemplos junto das entidades responsáveis têm de ser cada vez mais intensos e eficazes de modo a conseguir a mudança de mentalidade e de cultura, necessários ao arranque do processo.

Cabe agora o papel principal à FPCUB, como entidade de utilidade pública implantada em todo o território nacional, mais uma vez reiterado neste congresso.

– Devem ser tomadas urgentemente, medidas por parte dos poderes municipais / locais / regionais tendentes a desenvolver a utilização da bicicleta principalmente em conjunção com o transporte público rodoviário, em detrimento do transporte automóvel individual.

– As questões tratadas e discutidas neste congresso deverão ser dadas a conhecer às principais autarquias e entidades centrais e regionais, responsáveis pelo planeamento, organização e gestão dos transportes nos grandes centros urbanos.

– Este I Congresso Ibérico deverá ter a sua 2ª. edição no espaço máximo de 2 anos a realizar em Espanha em local a definir pela coordenadora “ConBici” espanhola.