Raid FPCUB Setúbal – Algarve

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1. A inscrição efectua-se mediante o preenchimento da ficha e envio por e-mail ou para o fax 21.356.12.53 da FPCUB.

2. O “II Raide Setúbal – Odemira – Algarve” é uma ligação em BTT com cerca de 270 Kms. organizada pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta que decorrera nos dias 21 e 22 de Abril entre a cidade de Setúbal (neutralização até Tróia) e a localidade de Querença, Concelho de Loulé, no Algarve passando por Odemira onde termina a primeira etapa e começa a segunda.

3. A concentração será às 07:45 junto à saída dos “ferry” em Tróia (barcos das 07:15 e 07:30). A partida, em ambos os dias, processar-se-à às 07:45 após o briefing.

4. O Raide apresenta uma dificuldade física muito elevada pelo que é importante os participante avaliarem correctamente se possuem as condições físicas e psicológicas adequadas para poderem levar de vencida este desafio.

5. Por compreensíveis motivos de natureza ambiental e logística trajecto do Raide não terá o seu percurso marcado ou sinalizado no terreno. Antes será atempadamente disponibilizado em “GPS Track”, neste website, permitindo assim a cada grupo de participantes impor o ritmo e andamento que desejar. De igual modo não se trata de uma competição e não tem qualquer intuito classificativo.

6. O Raide não utiliza nenhum canal de tráfego próprio e exclusivo mas estradas, caminhos rurais e trilhos abertos ao movimento de outros veículos, pelo que todos os participantes terão que conhecer e respeitar todas as regras de trânsito constantes do Código da Estrada.

7. O Raide é feito em autonomia e auto-suficiência e cada participante deverá levar líquidos e alimentação em quantidade adequada tendo em consideração a extensão da etapa. Existem, todavia, pelo caminho inúmeras cafeterias e bares nas localidades atravessadas pelo Raide. Deverão, igualmente, transportar as ferramentas básicas indispensáveis para reparar eventuais avarias.

8. As inscrições têm o valor individual de 10 € (dez euros) mas somente os sócios da FPCUB com as quotas actualizadas se podem inscrever. A inscrição será de ser feita em grupo (mínimo dois e máximo seis elementos) tal circunstância prende-se com a circunstância de a navegação ser efectuada por GPS e de, por esse facto, assim se poderem entreajudar já que não existem quaisquer marcas no terreno. Podem inscrever-se nos dois dias ou apenas num deles sendo que o valor da inscrição será sempre o mesmo.

9. O possuidor do GPS é o responsável pela orientação no terreno dos restantes elementos do grupo pelo que se aconselha a que o mesmo possua alguma experiência de operar com um aparelho de GPS.

10. A pernoita, do dia 21 para o dia 22 de Abril será efectuada em Pavilhão Gimno – Desportivo.


Memorando Detalhado do Trajecto

DIA UM

1. SETÚBAL – MELIDES

Simbolicamente o início é em Setúbal e o trajecto tem uma neutralização até Tróia correspondente à travessia do Sado em ferry.

Daí até Melides circula-se por asfalto, excepto no troço entre Comporta e Cravalhal onde circularemos pela chamada “Vala Real”.. Há um motivo claro e incontornável para esta opção: o facto de os terrenos que distam entre Tróia a Melides serem bastante arenosos e ser impossível circular por esses pinhais. De qualquer modo rapidamente esta distância é vencida já que os declives são mínimos. É, se quiserem, um aligeiro aroma a Tróia – Sagres.

2. MELIDES – SANTIGO DO CACÉM

Aqui começa, verdadeiramente, o raide ou, pelo menos, a sua versão TT.

Este primeiro troço é dos mais interessantes em termos de paisagem já que corresponde, integralmente, a uma zona da serra de Grândola que, como todos sabemos, é dos locais mais aprazíveis para a prática do BTT.

Vencidos os primeiros quilómetros até Vale Figueira começa a rotina dos barrancos, tão característicos destas serras do sul de Portugal.

O primeiro é o do Livramento. Trata-se de uma descida forte com diversos cotovelos à esquerda e à direita, que conferem uma enorme agradabilidade a quem monta a bicicleta.

No final, a travessia da correspondente ribeira e a forte subida a exigir um empenhamento extremo. A paisagem envolvente é suprema constituída, sobretudo, por floresta de sobro num ambiente tipicamente mediterrânico a que nem faltam sequer os aromas fortes a esteva. Fantástico!

A seguinte e muito semelhante é a do Moinho numa reedição do relevo e da paisagem e do modo de a abordar em bicicleta.

Estas são as primeiras subidas dignas desse nome e que motivarão o primeiro grande desgaste físico. Após a travessia deste último barranco alcançaremos a EN 548 e nela cruzaremos, através de uma passagem inferior, o IP8 e alcançaremos Santa Cruz onde começaremos a subir para Santiago do Cacém por estrada para a abandonarmos à direita e contornarmos o limite urbano por poente.

3. SANTIAGO DO CACÉM – PAIOL

Entramos então na EN 261 – 3 que abandonaremos logo de seguida na zona industrial pelo lado esquerdo e, após o final da mesma, seguiremos pela EM 1100 e, a dada altura, viraremos para poente para, passado mais de um quilómetro, retomarmos a direcção sul.

A travessia do Barranco da Velha está muito facilitado se comparado com os anteriores Livramento e Moinho pelo que, rapidamente, continuamos a pedalar para sul, por uma zona de serra, muito bonita, em direcção ao Paiol que é alcançado rapidamente.

4. PAIOL – SONEGA

No Paiol seguimos, para sul, em direcção à Barragem de Morgavel, passando pela Estação de Tratamento de Água, por uma zona relativamente plana antes e após o plano de água represado.

Após a passagem do paredão surgem algumas dificuldades circunstanciais relacionadas com a presença de areia mas que são vencidas sem problemas de maior. A chegada à Sonega faz-se através da travessia de Vale de Meio por uma subida contínua mas relativamente suave.

5. SONEGA – TROVISCAIS

A partir da Sonega temos pela frente a Serra do Cercal que iremos contornar por poente por forma a que não seja exigido um esforço acrescido tendo em consideração que ainda faltam alguns quilómetros e que já se pedalaram bastantes. Assim sendo prosseguimos durante cerca de 300 metros na EN 120-1 que abandonaremos à direita para um estradão que segue para sul.

A dada altura pedalamos para poente para contornar os montes e desceremos até à EM 1116 por onde seguiremos até ao seu final em Godins e transporemos o corgo (pequeno barranco) do mesmo nome subindo até Adail sempre com a serra a nascente embora atravessando um estradão com um pouco de areia mas nada de muito difícil.

Cruzaremos a EN 390 e continuaremos sempre para sul por trilhos no meio do eucaliptal escoltando os montes no sopé da serra.

Após o Monte do Amarelinho, para SE. Circularemos por um estradão largo e rápido em zona de eucaliptal até Vale Bejinha após o qual circularemos pela EM 1100 que abandonaremos para sul na zona da Carrasqueira e rapidamente chegaremos aos Troviscais.

6. TROVISCAIS – ODEMIRA

Este troço, à falta de alternativa válida em todo o terreno para a travessia da Ribeira do Torgal, será efectuado por estrada.

Circulamos, assim, entre Troviscais e Castelão pela EM 1110 – 1 e após esta localidade pela EN 120 até Odemira, num percurso maioritariamente descendente e onde cruzaremos a referida Ribeira. Após os metros iniciais da subida saímos à direita num percurso fortemente ascendente mas que permitirá vencer o desnível fora do asfalto. Ao retomarmos a EN 120 restam algumas poucas centenas de metros, desta vez a descer, até ao desvio que nos levará até à zona do Pavilhão Municipal de Odemira final deste 1.º dia.

DIA DOIS

7. ODEMIRA – PORTELA DA FONTE SANTA

Optámos por um percurso diferente, evitando o asfalto e, em boa hora o fizemos já que iremos circular num percurso de indescritível beleza junto ao Rio Mira. Ainda há zonas assim em Portugal. Admirável!

Descemos até ao centro de Odemira, viramos à esquerda na rotunda, e circulamos na avenida marginal mas, ao invés do ano anterior, não cruzamos o rio e continuamos até ao cemitério e ao canil municipal e daí por um incrível single track na margem. A partir de dada altura tomaremos um estradão que vai acompanhando os caprichos morfológicos do Mira curvando languidamente à esquerda e à direita, com visões fantásticas do plano de água e da sua relação com a serra e a vegetação envolvente.

A dada altura, alguns quilómetros volvidos, dá-se a fácil passagem a vau do rio. Apesar de, a montante, termos um pontão. Daí até à Portela da Fonte Santa é uma subida contínua.

8. PORTELA DA FONTE SANTA – VIRADOURO

Este trajecto será efectuado pela estrada que liga a Portela a Sabóia e Viradouro e que circula junto à margem esquerda do Mira. Esta estrada está, toda ela, recuperada e tem um traçado, bermas e uma visibilidade excepcionais. Para além disso o tráfego é diminuto e nestes quilómetros poderão contar-se pelos dedos de uma mão o número de carros que connosco se cruzam. É assim um interregno asfáltico agradável e que nos fará avançar vários quilómetros em pouco tempo.

9. VIRADOURO – SÃO MARCOS DA SERRA

Junto ao Viradouro há uma pequena ponte sobre a Ribeira de Telhares que iremos cruzar. A partir daí circulamos sempre por terra e junto à ribeira e ao caminho de ferro até chegarmos ao asfalto de uma estrada secundária e a Pereiras Gare.

Ao contrário do ano transacto evitaremos o asfalto e circularemos pelos montes até São Marcos, num percurso delineado num relevo algo exigente, cruzando a fronteira para o Algarve e o concelho de Silves alcançando então São Marcos da Serra.

10. SÃO MARCOS DA SERRA – ALTE

A partir daqui tudo é novo.

Por isso o esforço de reconhecimento teve de ser acrescido por forma a se cruzar longitudinalmente boa parte do Barrocal e Serra algarvios. Essa tarefa podia ser algo de muito penoso mas, felizmente, conseguimos suavizar a altimetria seguindo o curso de muitas ribeiras que seguem o seu curso com uma orientação poente – nascente, ou vice versa que são cruzadas inúmeras vezes a vau.

É assim até se cruzar o rio Arade, também a vau, onde o relevo começa a acidentar gradualmente. Após a passagem sob a A2 segue-se o curso da ribeira do Gavião passando por Vale Figueira, Marreiros e Corchica e, após se cruzar a mesma começa uma longa subida até Santa Margarida e daí a descida até Alte e por dentro desta localidade.

Aqui parece que a paisagem muda por completo e a opção de abordar Alte a partir do seu topo revela-se acertada já que, dessa forma, se capta toda a mística que converte esta terra numa das mais pitorescas e genuínas do Algarve, quiçá de Portugal. Boa parte da sua malha urbana é percorrida em sentido descendente num percurso de extrema agradabilidade, neste caso urbana.

11. ALTE – QUERENÇA

Cruzando a ponte sobre a Ribeira de Alte rola-se, por alguns momentos na EN 124 para se sair, para a direita por um percurso fantástico entre laranjais e com montanha de um lado e de outro junto ao Barranco da Vala Grande passando por Charneca da Nave, Nave dos Cordeiros, Beirão e abordarmos a penosa subida, por uma rampa de asfalto, até ao Espargal e daí até Alto Fica onde se toma a EN 524 no sentido descendente e em alta velocidade até à famosa Ribeira de Algibe.

Segue-se então por um rápido caminho sempre junto à margem desta até à EN 525 retomando, junto a Ponte de Tôr, a EN 524 há falta de melhor alternativa para chegar a Querença (o velho “caminho do Morgado” junto à ribeira de Algibe, a partir de Ponte de Tôr está, a partir de dado ponto, impraticável). São apenas dois quilómetros com pouca densidade de tráfego até à Quinta da Passagem onde se inicia a subida para a aldeia de Querença.

A chegada ao largo da aldeia é mítica através do caminho da Portela uma subida com uma inclinação superior a 10%, em média e que, em cerca de um quilómetro nos leva, por um empedrado, dos 150 aos 270 metros de altitude.

É um final apoteótico a garantir ficar retido na memória por muitos e bons anos.