Alterações ao Espaço Público – Avenida da Liberdade e da Rotunda do Marquês de Pombal

Foi com agrado que a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta
(FPCUB) recebeu a notícia das alterações propostas pela Câmara Municipal de Lisboa para a
Av. da Liberdade e Rotunda do Marquês de Pombal. Numa altura em que se pretende devolver
a cidade aos seus habitantes, qualquer alteração da balança no sentido de diminuir o espaço
ocupado pelo automóvel, é positiva. A cidade de Lisboa, ao longo dos últimos 30 anos, perdeu
habitantes, e com a saída destes para a periferia, passaram a entrar cada vez mais
automóveis. Para se devolver a cidade às pessoas, à pedonalidade e ciclabilidade, não há
outra alternativa que não a redução do espaço afecto ao automóvel. Melhorar a qualidade do
espaço público, para que a cidade seja um local ainda melhor para se viver.
A proposta da CML, irá reduzir substancialmente a pressão do automóvel nesta zona nobre da
cidade. Só quem não anda regularmente a pé ou de bicicleta pela cidade, pode achar que os
automóveis não têm um efeito nefasto para esta – quer pela poluição do ar, quer pelo ruído,
quer pela ocupação desequilibrada do espaço público (e a consequente descaracterização do
mesmo), quer pela insegurança que o elevado nº de automóveis provoca. Não se trata de
acabar com os automóveis, mas de regular o seu uso abusivo num centro que se quer
aprazível e cosmopolita.
No que à bicicleta diz respeito, somos da opinião de que entre as várias soluções possíveis
para esta zona, e tendo em conta os constrangimentos, limitações físicas e orçamentais, a
criação de ciclovias no corredor central será a melhor opção. Estas ciclovias seriam
unidirecionais, situadas entre a faixa BUS e o passeio, e balizadas por elementos de pequena
dimensão tipo “olhos-de-gato” ou outros elemento em borracha, por exemplo. Os cruzamentos
devem ser bem sinalizados e devidamente marcados, garantindo uma excelente visibilidade da
ciclovia, e evitando deste modo conflitos indesejáveis (como por exemplo ganchos nas
viragens) – os ciclistas não se devem sentir inseguros ao fazer estes atravessamentos. No
mesmo sentido, nos semáforos deverão ser previstas “bike-boxes”.
No topo da Avenida, a ciclovia deverá ter continuidade na rotunda interior, situando-se nas
zonas intermédias entre as duas rotundas, estabelecendo a ligação para a Av. Fontes Pereira
de Melo.
No final da Avenida, a ligação ao Rossio seria feita por meio de um corredor BUS+BICI, já que
neste local a velocidade de circulação dos Transportes Públicos não é muito diferente da
velocidade dos ciclistas.
Acreditamos que esta solução (de entre as possíveis) é que garante mais segurança aos
ciclistas, é a que promove mais a mobilidade em bicicleta e a que passa melhor a mensagem
de que a CML quer apostar na bicicleta como um dos meios de transporte principais na cidade,
ao lado do transporte público, do transporte individual e da pedonalidade. A sua inclusão no
corredor central, é uma afirmação forte da presença da bicicleta na cidade, e uma plataforma
de partida para um corredor central, que deverá continuar pelas Av. Fontes Pereira de Melo e
Av. da República até ao Campo Grande – um eixo radial na cidade que tanta falta faz para que
a bicicleta seja cada vez mais um actor com plenos direitos na cidade.
Relegar a bicicleta para uma solução menor, dissolvida nos corredores laterais, em algumas
situações de circulação em contra-sentido, será para os utilizadores menos experientes e
aqueles que ainda não optaram pela bicicleta, um fraco incentivo para que escolham este meio
de transporte sustentável. Embora exista a intenção de reduzir a velocidade de circulação
nestas laterais, a quantidade de conflitos com estacionamentos para cargas e descargas,
tomada e largada de passageiros, estacionamentos abusivos, e eventuais excessos de
velocidade (principalmente em horários fora da hora-de-ponta), irão contribuir para que a
convivência entre bicicletas, automóveis e peões seja tudo menos pacífica. Todos estes
constrangimentos e conflitos, irão fazer com que a circulação de bicicletas seja menos flúida
nestas laterais, e principalmente no sentido descendente, os ciclistas experientes irão continuar
a optar pelo corredor central. Também nesta solução, a continuidade do percurso é dificultada,
já que a ligação ao Rossio implicaria cruzar a Avenida da Liberdade.
Na certeza de que esta nossa proposta colherá da parte de V.Exas a melhor atenção,
subcrevemos-nos com os nossos melhores cumprimentos.
A FPCUB
Proposta de Alterações ao Espaço Público – Avenida da Liberdade e Rotunda do Marquês de Pombal

Foi com agrado que a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) recebeu a notícia das alterações propostas pela Câmara Municipal de Lisboa para a Av. da Liberdade e Rotunda do Marquês de Pombal.
Numa altura em que se pretende devolver a cidade aos seus habitantes, qualquer alteração da balança no sentido de diminuir o espaço ocupado pelo automóvel, é positiva. A cidade de Lisboa, ao longo dos últimos 30 anos, perdeu habitantes, e com a saída destes para a periferia, passaram a entrar cada vez mais automóveis. Para se devolver a cidade às pessoas, à pedonalidade e ciclabilidade, não há outra alternativa que não a redução do espaço afecto ao automóvel. Melhorar a qualidade do espaço público, para que a cidade seja um local ainda melhor para se viver.  A proposta da CML, irá reduzir substancialmente a pressão do automóvel nesta zona nobre da cidade. Só quem não anda regularmente a pé ou de bicicleta pela cidade, pode achar que os automóveis não têm um efeito nefasto para esta – quer pela poluição do ar, quer pelo ruído, quer pela ocupação desequilibrada do espaço público (e a consequente descaracterização do mesmo), quer pela insegurança que o elevado nº de automóveis provoca. Não se trata de acabar com os automóveis, mas de regular o seu uso abusivo num centro que se quer aprazível e cosmopolita.
No que à bicicleta diz respeito, somos da opinião de que entre as várias soluções possíveis para esta zona, e tendo em conta os constrangimentos, limitações físicas e orçamentais, a criação de ciclovias no corredor central será a melhor opção. Estas ciclovias seriam unidirecionais, situadas entre a faixa BUS e o passeio, e balizadas por elementos de pequena dimensão tipo “olhos-de-gato” ou outros elemento em borracha, por exemplo. Os cruzamentos devem ser bem sinalizados e devidamente marcados, garantindo uma excelente visibilidade da ciclovia, e evitando deste modo conflitos indesejáveis (como por exemplo ganchos nas viragens) – os ciclistas não se devem sentir inseguros ao fazer estes atravessamentos. No mesmo sentido, nos semáforos deverão ser previstas “bike-boxes”. No topo da Avenida, a ciclovia deverá ter continuidade na rotunda interior, situando-se nas zonas intermédias entre as duas rotundas, estabelecendo a ligação para a Av. Fontes Pereira de Melo. No final da Avenida, a ligação ao Rossio seria feita por meio de um corredor BUS+BICI, já que neste local a velocidade de circulação dos Transportes Públicos não é muito diferente da velocidade dos ciclistas.
Acreditamos que esta solução (de entre as possíveis) é que garante mais segurança aos ciclistas, é a que promove mais a mobilidade em bicicleta e a que passa melhor a mensagem de que a CML quer apostar na bicicleta como um dos meios de transporte principais na cidade, ao lado do transporte público, do transporte individual e da pedonalidade. A sua inclusão no corredor central, é uma afirmação forte da presença da bicicleta na cidade, e uma plataforma de partida para um corredor central, que deverá continuar pelas Av. Fontes Pereira de Melo e Av. da República até ao Campo Grande – um eixo radial na cidade que tanta falta faz para que a bicicleta seja cada vez mais um actor com plenos direitos na cidade.
Relegar a bicicleta para uma solução menor, dissolvida nos corredores laterais, em algumas situações de circulação em contra-sentido, será para os utilizadores menos experientes e aqueles que ainda não optaram pela bicicleta, um fraco incentivo para que escolham este meio de transporte sustentável. Embora exista a intenção de reduzir a velocidade de circulação nestas laterais, a quantidade de conflitos com estacionamentos para cargas e descargas, tomada e largada de passageiros, estacionamentos abusivos, e eventuais excessos de velocidade (principalmente em horários fora da hora-de-ponta), irão contribuir para que a convivência entre bicicletas, automóveis e peões seja tudo menos pacífica. Todos estes constrangimentos e conflitos, irão fazer com que a circulação de bicicletas seja menos flúida nestas laterais, e principalmente no sentido descendente, os ciclistas experientes irão continuar a optar pelo corredor central. Também nesta solução, a continuidade do percurso é dificultada, já que a ligação ao Rossio implicaria cruzar a Avenida da Liberdade.
Na certeza de que esta nossa proposta colherá da parte de V.Exas a melhor atenção, subcrevemos-nos com os nossos melhores cumprimentos.
A FPCUB